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sábado, 26 de maio de 2012

Pedro Reis e sua Harpa

Foto: Adriana Marcon

Quando se fala em Harpa, o que vem a mente da maioria das pessoas são os anjos empunhando este instrumento, correto? A Harpa atravessou os séculos, ganhou história e tornou-se um dos mais nobres e raros instrumentos musicais da contemporaneidade. Majestosa, a elegância de suas curvas e a magia dos seus sons atrai as pessoas que têm o privilégio de vê-la e ouvi-la ao vivo. Juntamente com a flauta, é um dos instrumentos mais antigos. Originou-se dos arcos de caça que produziam sons ao terem as cordas tocadas. E é utilizada pelo homem desde a mais longínqua antiguidade, cerca de 5.500 anos.

A Harpa ao longo de sua história esteve associada à nobreza e à espiritualidade das culturas as quais percorreu. Os anjos, castelos, templos, princesas e deuses estão presentes na história que envolve o instrumento. Importante no Antigo Egito, pinturas de harpas foram encontradas na sepultura do Rei Ramsés III. Além disso, o deus egípcio Bes, protetor dos lares, tocava harpa. Já na mitologia celta, Dagda, pai da deusa Brigit, também foi harpista e, no cristianismo, o Rei Davi e os anjos surgem comumente tocando harpas.
Pedro Reis, casado e pai de dois filhos, há 20 anos foi à procura do som dos deuses. Ele conta que há muitos anos ouvia muito rádio, e sintonizava emissoras Paraguaias. Foi então, que percebeu um som harmonioso, muito diferente de outros instrumentos e sempre ficava atento para descobrir de qual deles vinham estes acorde, com o som tão perfeito.
Com o passar do tempo, Pedro finalmente conseguiu desmistificar de onde surgia tal som, “ao longo dos anos eu descobri que era da harpa, e que no Paraguai existem os melhores Harpistas, falou em música no Paraguai tem que ter harpa”, lembra.
Foto: Adriana Marcon
Com o mistério desfeito, ele então, foi à busca de uma Harpa, e encontrou um músico paraguaio, que se colocou a disposição para ensiná-lo todas as particularidades. “Fui em busca de adquirir uma, e depois de muitos anos encontrei um músico paraguaio que me ensinou as primeiras lições, inclusive somos amigos até hoje”,conta.
Existem, hoje, alguns modelos de Harpa, como a Sinfônica ou de concerto, a Céltica, a Medieval e a Paraguaia. E a Harpa adquirida pelo senhor Pedro, é de origem paraguaia, com 36 cordas. Na América Latina, a Harpa Paraguaia é descendente das Harpas Espanholas. Ela foi trazida pelos colonizadores no século XVI.
Muito comum na América Latina, a Harpa Paraguaia é diferente das demais, em relação à distância e tensão das cordas, e a técnica para tocar é diferente. As cordas, por exemplo, são tocadas com as unhas, quando em outros modelos são tocadas com as pontas dos dedos. Os calibres das cordas também são diferem das clássicas, as distâncias entre as cordas são menores e as cores das mesmas são organizadas de uma forma diferenciada.
Foram seis meses até seu Pedro Reis começar a afinar a sua própria Harpa, pois, segundo ele, para tocar com domínio um instrumento, o primeiro passo é aprender a sua afinação. Hoje, ele é um dos poucos músicos da região com conhecimento para afinação de harpas.

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