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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Crônica Narrativa - Como descansar?


Precisava urgentemente ir à casa do Heitor, o dono da padaria, para dar um recado. A estradinha que dava acesso a casa dele estava lamacenta. Não era para menos, chovia muito. Um verdadeiro atoleiro! Além da chuva e do barro ainda tinha que dar conta do equilíbrio, tão íngreme era a tal rua. Não bastasse, a noite caía e deveria apressar-me se não quisesse andar no escuro.
Foto: Divulgação
Bom! Que bom, que nada! O caminho era longo e difícil. Peguei um guarda-chuva velho, o único disponível. Coloquei no bolso também uma lanterninha, para caso precisasse, é claro! Calcei meu par de sete léguas, pois com barro combina, é fashion e saí apressada, óbvio!
Comecei a descer aquela maldita ladeira. Maldita sim, nem bem tinha feito “hora”, escorreguei e caí. Andava a passos de tartaruga, não poderia ser diferente.
Depois de mais de meia hora sem avançar muito e já escuro, bem escuro e sem conseguir enxergar direito verifico o bolso onde havia guardado a lanterna, mas nada dela. Mas, ora! Eu a coloquei no bolso! Devo ter perdido no escorregão que tomei mais cedo. Maldita lama!
Uma luzinha aqui, outra acolá, as luzes dentro das casas, claro. Chuva sem parar, raios, trovões, um clima bem propício, tal como filmes de terror. E o medo? Sim, eu estava trêmula. Não via nada a mais de um palmo do nariz! E deveria estar calma? Nem aqui, nem na China, não eu!
E por falar em filmes assustadores ou de terror como desejem. Parece que foi atração à primeira vista! Atração de coisas do além, coisas ruins! Estava perto da casa do dono da padaria quando, bem ao meu lado, o esquerdo por sinal, eu ouvi um barulho característico de fantasmas, de morto-vivo ou coisa do gênero. Um arrepio, do maior tamanho que se possa imaginar, tomou conta do meu corpo, parecia que estava ligada a uma corrente de 1000 volts. Ok! Exagerei um pouco, mas a sensação era terrível.
Um zumbi? Não, não poderia ser. Dois? Três!? Oh, God! Mas isso não era coisa da minha cabeça? Medo? Mas isso não era peculiar ao filme que tanto assisti? Não, eram eles ali, dezenas deles, “vivinhos da silva” e com seus murmúrios! Saíam de uma casa bem pertinho de onde deveria ir. A residência do senhor Heitor. Mas hoje? Justo comigo?
Logo, não sei de onde vieram pessoas para me ajudar, elas usavam um estranho veículo que se assemelhava a um skate gigante e estavam equipados com um aparelhinho que soltava fumaça. Quanto mais criaturas estranhas e assustadoras aproximavam-se de mim mais paralisada ficava, não conseguia mover um dedo se quer para me proteger! E aquelas pessoas que vieram - para minha salvação -, magicamente transformavam com a tal fumaça, os seres gélidos em vivos. Ufa, acordei! Foi apenas um sonho, daqueles! 

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